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    No Brasil, o movimento rom�ntico marca a passagem da literatura de um est�gio indefinido e semidecadente para uma vigorosa manifesta��o art�stica autoconsciente.
             Se, por um lado, s�o fartas e ineg�veis as influ�ncias estrangeiras (atrav�s, principalmente de Chateaubriand, Walter Scott, Byron, Lamartine, Hugo, Leopardi, Espronceda, Musset, Cooper, Heine, Garret, Herculano, Stendhal, M�rim�e e Balzac), � preciso ressaltar caracter�sticas pr�prias: (1) adapta��o dos modelos ao ambiente brasileiro; (2) introdu��o de motivos e temas brasileiros, sobretudo ind�genas, para a literatura que devia ser a express�o da nacionalidade; (3) reivindica��o dos direitos de uma linguagem brasileira; (4) inclus�o obrigat�ria da paisagem f�sica e social do Brasil, com o enquadramento da regi�o e do regionalismo na literatura; (5) ruptura com os credi�os g�neros neocl�ssicos, o que teve como resultados uma renova��o e a cria��o de uma literatura aut�noma.
          Teve o Romantismo car�ter de verdadeira revolu��o, acentuado pelo paralelismo das circunst�ncias sociais e pol�ticas que acompanharam o processo de independ�ncia (1822), em que a imprensa desempenhou grande papel (Correio Braziliense, de Hip�lito da Costa, Aurora Fluminense, de Evaristo da Veiga, Niter�i - Revista Braziliense, Minerva Braziliense e outros �rg�os).
          Os momentos caracter�sticos do Romantismo no Brasil podem ser assim resumidos:
          Nacionalismo e religi�o. � o per�odo de inicia��o (1836 - 40), que tem como principais figuras Domingos Jos� Gon�alves de Magalh�es, Visconde de Araguaia (Suspiros po�ticos e saudades, 1836) e Manuel de Ara�jo Porto Alegre, Bar�o de Santo �ngelo (Colombo).
           Indianismo. � a afirma��o do nacionalismo, com a glorifica��o do �ndio. O Indianismo apresenta o maior poeta do per�odo rom�ntico, Ant�nio Gon�alves Dias, de obra vasta de multiforme, compreendendo tamb�m poesia l�rica, intimista (Primeiros cantos, Segundos cantos) e at� de car�ter medieval (Sextilhas de frei Ant�o). Na prosa, Jos� de Alencar, centro din�mico do movimento, estimula a renova��o, valorizando ao m�ximo os temas e motivos locais, n�o s� pelo Indianismo (O Guarani e Iracema) mas igualmente em romances hist�ricos (As Minas de prata) e regjonais (O Ga�cho, O Sertanejo). Foi o grande te�rico e propugnador de uma linguagem brasileira.
           Intimismo e t�dio. Subjetivismo em alta dose: o poeta canta seus problemas �ntimos, seus amores e fracassos. Manifesta-se forte a influ�ncia de t�dio queixoso. A Lira dos vinte anos, de �lvares de Azevedo, � o prot�tipo desse Romantismo doentio, onde predominava a id�ia fixa da morte prematura.
           J� Casimiro de Abreu (As Primaveras), morto igualmente muito jovem, canta a vida, a for�a da juventude, a natureza. Sua trag�dia consiste em n�o poder viver intensamente o que tanto ama. Fagundes Varela (Vozes d'Am�rica, Cantos e Fantasias, Cantos Meridionais) � bo�mio de vida dissipada e inconstante, em que dispersava seu talento.
           Inquieta��o Social. Os homens de letras deixam-se empolgar pelas campanhas da �poca, sobretudo o Abolicionismo. A influ�ncia marcante � a de Victor Hugo. H� uma linguagem inflamada e eloq�ente, um jogo de imagens violentas : s�o homens que escrevem "alto como o v�o do condor"(donde o nome Condoreirismo dado a esta fase). � Ant�nio de Castro Alves a figura dominante. Sua obra, tanto a l�rica (Espumas Flutuantes) como a de combate (Os Escravos), assinala-se por intensa beleza e arrojo das imagens.

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