Entre os g�neros livres, de
dimens�es menores, do Romantismo destaca-se o Lied, a poesia l�rica da m�sica. � um
g�nero especificamente alem�o, cujas origens est�o ligadas � renascen�a da literatura
alem� na segunda metade do s�c. XVIII. Johann Adam Hiller, autor de Singspiel, pe�as
anacre�nticas ou r�sticas que correspondem �s nossas operetas, costumava interpolar
nelas �rias l�ricas, que tamb�m podiam ser cantadas desligadas das pe�as e pelos
leigos. O mesmo estilo rococ� tamb�m caracteriza os Lieder de Mozart. Karl Friedrich
Zelter tinha rela��es de amizade pessoal com Goethe, e Johann Friedrich Reichardt com os
poetas rom�nticos. Mas todos esses compositores s�o pouco inspirados; seus Lieder s�o
de uma simplicidade desconcertante, porque destinados a amadores no canto e no piano.
O Lierd s� alcan�ou alto n�vel
musical com Franz Schubert, o primeiro e maior mestre desse g�nero rom�ntico. Schubert
tamb�m � rom�ntico, pela inspira��o, em suas sinfonias e m�sica de c�mara, mas a
forma � a do classicismo vienense (Schubert � contempor�neo de Beethoven), de modo que
tamb�m se pode falar em romantismo semi-cl�ssico.
A mesma defini��o � a mais
segura para as obras de Felix Mendelssohn: seu romantismo elegantemente moderado em formas
cl�ssicas, nobres mas tamb�m moderadas, satisfez plenamente o gosto do novo p�blico
burgu�s na Alemanha como na Inglaterra.
Essa qualidade 'burguesa'
caracteriza todos os ep�gonos do Romantismo alem�o, um grande n�mero de compositores,
as mais das vezes ligados ao conservat�rio de Leipzig, que foi a fortaleza do
mendelssohnianismo.